Na Noite Escura, de Bruno Munari
Para entendermos o livro "Na Noite Escura", devemos começar por dizer que no princípio era o livro ilegível: um género de livro sem texto, cujas imagens abstractas se vão transformando ao folhear as páginas, seguindo o mesmo processo dos fotogramas.
Segundo Munari, estes livros tinham como finalidade experimentar todas as opções de comunicação visual e técnicas de impressão que não envolvessem palavras. Como consequência de todo esse processo de experimentação surge o livro "Na Noite Escura". Um objecto que reconfigura a relação com o leitor ao aliar o lado visual ao desafio proposto pelos próprios materiais que formam o livro, os quais, graças às suas características, passam também eles a ser agentes da narração: a representação da noite pelo papel negro, o romper do dia pelo delicado papel vegetal e um papel reciclado que nos leva, através de um cortante, ao interior de uma gruta.
Nada é acessório neste livro, todos os aspectos visuais e materiais interligam-se para construir uma estrutura una e indivisível, plena de sentido. Uma verdadeira obra-prima saída das mãos de um dos mais influentes designers do séc. XX. Considerado hoje um marco na história da ilustração, o livro "Na noite escura", depois de recusado por vários editores, foi editado pela primeira vez em 1956 por Giuseppe Muggiani.
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 3º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
Capa dura.
56 páginas.
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